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Filhos e Separação


Uma das crises pessoas mais difíceis de ser enfrentada por um adulto, é o divórcio. As perdas são significativas e é muito doloroso. É como se estivesse de luto pela interrupção dos sonhos. Existem diferenças entre divórcio e separação. Quando um casal se separa, em teoria continuam casados, mas na prática já não tem mais obrigações um com o outro. Já o divórcio, é oficial.

O lado mais infantil da personalidade de uma pessoa é acionado durante o sofrimento. Egoímo, ciúmes, birra e vontade de dar o troco são situações que podem acontecer nesses casos. É comum que essa personalidade entre em ação no caso de divórcio, impedindo que se aja de forma madura e racional. Nesses casos, o lado mais prejudicado é sempre o lado mais frágil: os filhos.

Quando se trata da separação de um casal com filhos, eles podem se tornar rebeldes, deprimidos ou malcriados, refletindo negativamente no desenvolvimento escolar, no convívio social e no contato com a família, fazendo com que busquem saídas maléficas ou inadequadas para tentar resolver seus conflitos. Não dá pra esquecer que a relação entre o casal pode até ter acabado, mas o relaciomento com os filhos é eterno. E não há nada que eles tenham mais direito do que aquilo que há de melhor em cada um dos pais.

A é sempre um processo (insira aqui o que julgar mais adequado: doloroso, de amadurecimento, judicial, de libertação... independente do termo que escolher, é um processo).

Quando o casal tem filhos, não se devem medir esforços para que as mágoas sejam deixadas de lado. Quando se está muito abalado, uma decisão como a guarda dos filhos pode ser muito mais difícil de racionalizar. Para que o impacto da mudança não seja tão grande, elas devem ser preservadas. A melhor coisa é mostrar que a família não está sendo destruída, mas que está de certa forma amadurecendo.

No caso de terem filhos menores de idade, o divórcio judicial é importante. O processo poderá ser consensual, onde o casal decide juntos a guarda dos filhos e outras questões burocráticas, sendo essa a opção mais saudável para todos os envolvidos, mas qualquer acordo e decisão deverá ser feito longe dos pequenos. Antes de comunicar as decisões a eles, é necessária muita reflexão. E quando for comunicar, eles vão precisar de muito afeto, amor, compreensão e que as melhores palavras sejam escolhidas com cuidado. O ideal é que o casal comunique junto e explique que apesar de não morarem mais na mesma casa, continuarão sempre por perto. É bom que ela saiba que terá duas casas agora, que vai morar em uma e visitar a outra sempre que tiver vontade. Como será a rotina dela daqui pra frente é outra coisa importante de ser explicada. Isso poderá ser contextualizado de forma lúdica, usando brinquedos. Crianças são curiosas e é bem provável que façam algumas perguntas. Responda a todas, mas sem expor os problemas dos adultos. Se quiser saber qual foi o motivo, digam que aconteceu aos poucos, até perceberem que não queriam mais ficar juntos. Mesmo que seja um bebê, jamais fale mal do ex para ele e evite discussões na frente das crianças. E sempre deixe claro que a culpa não é da criança e que este é um problema apenas dos adultos. No caso de processo litigioso, quem define a guarda é o juiz. A partir dos 12 anos, os filhos podem dizer com quem preferem ficar, mas ainda assim é do juiz a decisão final. O acompanhamento psicológico durante o processo de separação é importante para a adaptação das crianças nesta fase.

Mudanças feitas de forma brusca e sem dar explicações, podem deixar as crianças ansiosas e angustiadas, refletindo em reações regressivas, como chorar por qualquer motivo ou voltar a fazer xixi na cama. A criança pode acabar se sentindo abandonada ou culpada pela separação.

Quando a separação ocorre durante a gravidez ou amamentação, o bebê pode ser afetado pelos sentimentos da mãe e nascer com baixo peso ou ter um atraso no desenvolvimento emotivo e cognitivo.

Quando o filho ainda é um bebê, é preciso tomar muito mais cuidado que em outras fases, pois o bebê sente a falta dos pais, assim como sente a presença deles. Ele ainda não consegue elaborar que um dos dois saiu de casa, mas que vai poder vê-lo um dia. Para bebês, o menor afastamento é interpretado como perda, então tente não se afastar por muito tempo.

Entre 1 e 3 anos é provável que se comporte como uma criança menor que as da sua idade e acabe ficando muito tímida, tenha pesadelos noturnos e necessite de muito mais atenção do que recebia antes.

Dos 2 aos 6 anos, eles já notam que um dos dois já não dorme mais em casa e podem trazer a culpa pra si, reagindo de forma oposta ao que agia antes. Pode ficar muito obediente, achando que outro voltará se ele for bonzinho, mas também pode mudar o caráter para mais rebelde ou agressivo. Uma criança de 4 ou 5 anos ainda não entende a separação dos pais. Não admite que a situação anterior, de ver os dois sempre juntos, mude. Essa criança provavelmente vai reclamar a ausência do outro e insistir para que voltem a morar juntos diariamente caso o processo de separação não seja desenvolvido da melhor maneira. Crianças com até 6 anos tem muito medo de serem abandonadas. A separação pode causar sensação de perda e tristeza, levando a transtornos de sono, alimentação e conduta regressiva.

Crianças com mais de 6 anos, podem ter atitudes hostis ou quererem se isolar no quarto. Elas podem achar que o mau comportamento delas foi o que causou a separação dos pais se era desobediente antes de tudo acontecer.

Dos 6 aos 9 anos, podem acontecer problemas de atitude, sentimento de rejeição e fantasias de reconciliação. Pode haver nostalgia por quem saiu de casa, raiva e tristeza.

Entre 9 e 12 anos, pode ser que os filho sintam vergonha do comportamento dos pais e raiva daquele de tomou a decisão de se separar. Eles também tendem a tentar reconciliar o casal. Pode ter dores de estômago e cabeça para que o casal se reaproxime.

Em adolescentes de 13 a 18 anos, poderá ocorrer conflitos éticos entre amar os pais e desaprovar sua conduta. A separação poderá acelerar o amadurecimento dos adolescentes ou tornar suas condutas antissociais, fazendo com que desacate normas, se torne desobediente, roube, faça consumo de álcool ou drogas. Claro que uma separação não deverá causar tudo isso em um adolescente. São apenas exemplos que podem ou não acontecer. E caso aconteça, dificilmente serão todos ao mesmo tempo.

Não se deve ver a situação como uma perda, ela deverá ser vista como uma nova separação. É importante perguntar aos filhos como se sentem com isso. Quando eles ainda não falam, deve-se atentar aos sinais corporais: mudanças na alimentação, no sono e na imunidade, pois pode ser que as doenças comecem a aparecer com mais frequência. Se houver alguns desses sinais, é importante fazer uma reorganização daquilo que foi combinado.

Sou Ninna. Eu que escrevi este artigo, baseada em relatos de psicólogos, advogados e na minha experiência como filha de pais separados. Se estiver passando por essa situação, procure um atendimento psicológico para tentar fazer essa transição de forma tranquila e peça ajuda a advogados para resolver a parte burocrática. A AFEP pode te ajudar com os convênios que possuímos. No e-book que pode ser baixado na página inicial deste site, tem os contatos dos profissionais e as vantagens que o convênio oferece.

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